Como escrever um livro? Esta é uma questão que indubitavelmente aflige a mente de muitas pessoas quando decidem escrever um livro, independentemente do seu tipo.
Como a resposta nem sempre é linear, uma vez que depende de vários fatores que podem interferir com o desenvolvimento do seu livro, a mesma dá azo a muitas dúvidas. Estas, normalmente, ganham maior ênfase quando se constata que existe uma enorme falta de fontes úteis de informação, às quais as pessoas possam recorrer, quer offline, quer online, o que faz com que muitas tentam dissipar algumas das suas dúvidas através de artigos e tutoriais pouco credíveis.
Para colmatar esta lacuna e, desta forma, elucidar quem está a dar os primeiros passos neste mundo, decidi criar este guia prático, dividido em várias partes, que lhe ensinará tudo o que o que necessita de fazer, não só para escrever o seu livro mas também para publicar e promover o mesmo.
Afinal, para escrever um livro com sucesso, não tem necessariamente de ter formação para o efeito, pois, se escritores conspícuos como José Saramago e Agustina Bessa-Luís, autodidatas por excelência, o conseguiram, nada impede você de o conseguir também.
Espero que goste e que, num cenário ideal, este guia lhe ajude a desenvolver o seu próprio livro!
Como escrever um livro – Parte I – Do conceito à ideia
1. – Do conceito à ideia
Escrever um livro é, para muitos, uma tarefa dantesca, devido a todas as particularidades associadas ao desenvolvimento do mesmo, especialmente quando não existem bases, em termos de formação, que sustentem esse objetivo. Todavia, independentemente, do nível em que se encontra, para começar, apenas necessita de estar familiarizado com o seu conceito, estrutura, e ter algo fundamental, sem a qual não irá escrever o mesmo, ou seja, uma ideia.
1.1 – Então, o que é um livro?
Naturalmente, não podíamos começar este eBook dedicado a informações úteis sobre como escrever um livro sem vermos em que assenta, na realidade, um livro.
Se consultarmos um dicionário, podemos constatar que existem diversas definições para a palavra “livro”, porém, mesmo assim, existe alguma unanimidade em relação ao seu conceito.
Nessa ótica, se quisermos, podemos definir um livro tradicional como sendo um trabalho escrito ou impresso, ficcional ou não ficcional, em folhas presas ou unidas por uma capa.
Atualmente, porém, existem algumas variantes que devem ser tidas em linha de conta, nomeadamente o livro digital, comumente designado de eBook, o qual é em tudo idêntico a um livro convencional, em termos de conteúdo, só que é publicado em formato digital em detrimento de em papel, podendo ser lido em qualquer dispositivo móvel moderno, como é o caso de um tablet ou smartphone.
1.2 – Como encontrar uma ideia para um livro
Muitas pessoas já têm uma ideia para um livro que gostariam de desenvolver, enquanto outras já têm, inclusive, um manuscrito pronto para enviar a editoras potencialmente interessadas no mesmo. Contudo, decerto que existe também uma percentagem de pessoas que gostariam de escrever um livro, de forma a colocar em prática o seu gosto pela escrita, mas que lhes falta algo tão básico como uma ideia.
Embora possa parecer algo com pouca significância, é indubitável que, sem uma ideia concreta, o desejo de escrever um livro pode ficar eternamente escondido, sem nunca vez a luz do dia.
Felizmente, existem formas de evitar situações como essas e fomentar o seu lado criativo, de forma a ter uma ou várias ideias passíveis de serem transformadas num livro, conforme as suas expectativas.
1.2.1 – A importância de uma ideia
Se pensarmos numa ideia como o conceito sobre o qual um livro é desenvolvido, então podemos constatar facilmente a importância que a mesma tem no contexto da escrita de um livro, antes sequer de pensar em personagens ou em quaisquer outros aspetos inerentes ao desenvolvimento do mesmo.
Naturalmente, você não precisa de ter diversas ideias, pois, na realidade, só precisa de uma ideia, que seja palpável, que possa ser transformada em realidade e, que acima de tudo, você acredite na mesma, pois escrever um livro envolve também uma certa dose de perseverança.
1.2.2 Estratégias para definir uma ideia
Se tem o objetivo de escrever um livro, mas está a debater-se com algumas dificuldades para encontrar uma ou várias ideias para desenvolver o mesmo, existem, portanto, algumas estratégias às quais pode recorrer, nomeadamente:
Determinar o tipo de livro – Ao determinar o tipo de livro que pretende escrever, isto é, ficcional, como um romance, ou não ficcional, como as suas memórias, permite-lhe, desde o início, criar uma base que irá sustentar o desenvolvimento do seu livro, para que possa ter uma noção mais concreta sobre o mesmo.
Pensar nas suas paixões – Naturalmente, não faz muito sentido escrever um livro se não for algo pelo qual é apaixonado(a). Por isso, pense nas suas paixões, para lhe ajudar a ter uma ideia. Gosta de livros de suspense, policiais ou, pelo contrário, prefere um livro sobre história? Decerto que isto lhe ajudará a alimentar a sua mente.
Ativar a sua imaginação – Quando estamos a fazer uma espécie de brainstorm, nenhuma ideia é totalmente descabida. Contudo, mesmo assim, não tenha urgência em apontar as primeiras ideias, mas sim as ideias que lhe parecerem mais pertinentes para a criação do seu livro.
Fazer uso da sua competência (ou interesses) – É formado em alguma área específica ou, pelo contrário, tem um amplo conhecimento sobre uma determinada área interessante? Nada lhe impede de escrever sobre o que mais sabe, para informar ou quiçá mesmo ensinar aos seus potenciais leitores uma determinada temática, algo do tipo: “Como Gerir as Suas Finanças Pessoais” ou “Como Perder Peso com Saúde”. As possibilidades são infinitas.
Ponderar sobre os seus objetivos – Por vezes, ponderar sobre determinados aspetos, por exemplo, sobre o que lhe leva a querer escrever um livro ou se gostaria de ver o mesmo editado, pode servir para lhe ajudar a encontrar uma ideia para o seu livro, bem como a determinar qual a melhor.
Estas são estratégias que lhe podem ajudar a encontrar uma ideia, mas pode recorrer a estratégias diferentes. No final de contas, cada pessoa e, por conseguinte, cada escritor é diferente e necessita de estímulos também eles diferentes.
1.3 – Como transformar uma ideia num livro
Se já tem uma ou várias ideias passíveis de serem transformadas num livro, está definitivamente num bom caminho, contudo, mesmo assim, é preciso passar da teoria à prática, isto é, materializar a sua ideia.
A ideia é, portanto, o seu local de partida, mas, para poder chegar ao final do caminho, tem de seguir invariavelmente algumas etapas, como poderá constatar no esquema abaixo.
Naturalmente, não se trata de um plano rigoroso que tenha obrigatoriamente de seguir, especialmente se não tem qualquer interesse em que o seu livro seja vendido numa livraria tradicional ou, pelo contrário, optar por escrever um e-Book, em detrimento de um livro convencional.
Uma vez que vamos explorar mais pormenorizadamente cada uma destas etapas em capítulos seguintes, vamos, de forma sucinta, ver uma breve explicação sobre as mesmas, para que comece a ter uma noção do caminho que tem de trilhar desde a identificação de uma ideia até à transformação da ideia em livro, não descurando o que tem de fazer posteriormente, se desejar ver o mesmo à venda nas prateleiras de livrarias perto de si.
Ideia – Tudo começa com base numa ideia ou mesmo em várias, em redor das quais pode desenvolver um livro, juntando-as paulatinamente até resultarem num todo coeso.
Estrutura – Naturalmente, para poder explanar as suas ideias, precisa não só de definir o tipo de livro, mas também de estruturar o conteúdo do mesmo, permitindo-lhe organizar melhor as suas ideias enquanto escreve.
Redação – Colocar em prática as suas ideias, transferindo-as da sua mente para o papel, nem sempre é fácil e vai exigir que escreva muito e que também erre muito até chegar ao texto final.
Revisão e edição – É sempre importante submeter o seu livro para revisão e edição junto de um revisor ou editor profissional, bem como a amigos ou familiares, para obter diversos tipos de testemunhos e avaliações.
Formatação – Quer se trata de edição pessoal ou sob a chancela de uma editora, quando finalizar o seu manuscrito, irá necessitar de formatar o mesmo segundo os padrões da indústria livreira.
Design – Uma boa capa ajuda a vender um livro e, nesse sentido, quer se trate de uma edição de autor ou outra, é importante que escolha uma boa capa para o seu livro, recorrendo sempre a designers profissionais.
Impressão – Após tratar de todos os aspetos supracitados, chegou a hora da impressão, pelo que é importante estar familiarizado com o tipo de impressões existentes, para que possa, finalmente, ter uma cópia do livro nas suas mãos, bem como nas mãos dos editores e potenciais clientes.
Distribuição – Embora seja mais fácil usufruir de um bom sistema de distribuição nacional editando o seu livro junto de uma editora reputada, também poderá fazê-lo com uma edição de autor, desde que saiba como proceder, para conseguir que o mesmo chegue às melhores livrarias e outras superfícies ou canais comerciais de venda de livros.
Marketing – Um bom plano de marketing e promoção do seu livro é deveras importante para o sucesso atual do mesmo, bem como para o livro não cair rapidamente no esquecimento. Por isso, mesmo que tenha apoio de uma editora, deverá aprender estratégias válidas de promoção de livros, que decerto lhe ajudarão a publicitar o seu próprio livro.
Nunca é demais salientar que o processo para escrever um livro é, por vezes, difícil e moroso, mas, com muita dedicação e persistência, vale a pena e, normalmente, o resultado final é bastante gratificante em termos pessoais. O resto vem, sem dúvida, por acréscimo!